sexta-feira, 8 de outubro de 2010

é possivel reverter o aquecimento global

No mesmo continente onde as neves do Kilimanjaro correm o risco de serem apenas nome de livro e filme, as Nações Unidas reúnem-se a partir de hoje para discutir o aquecimento global. A reunião realiza-se em Nairóbi, no Quênia, sem contar ainda com a adesão dos Estados Unidos ao protocolo de Kyoto.
É um bom momento para tomar um sorvete e assistir a “Uma Verdade Inconveniente”, documentário sobre Al Gore e sua campanha de alerta para as mudanças climáticas. O ex-futuro presidente dos Estados Unidos revela dados significativos: os Estados Unidos são responsáveis por 33% da emissão de gases poluentes na atmosfera. Se os EUA decidissem reduzir a emissão de poluentes, o planeta teria melhores chances. Simples assim.
O desastre começou. Na África, as neves do Kilimanjaro derretem. No meio de “Uma Verdade Inconveniente”, uma animação mostra o sorvete de Lisa Simpson derreter na casquinha antes que ela consiga experimentá-lo. É uma forma engraçadinha de mostrar uma situação crítica.
O documentário sobre Al Gore devia ser obrigatório na aula de geografia. Em vez de gráficos impessoais sobre os efeitos dos gases estufa, é mais convincente ver paredões de 200 metros de altura de gelo derreterem no Ártico. Observar a sinistra espiral dos furacões sobre águas excepcionalmente aquecidas, saber que pela primeira vez registrou-se um furacão no Hemisfério Sul – o Catarina, no litoral do Brasil.
“As mudanças no clima rapidamente tornaram-se uma das maiores ameaças que a humanidade jamais enfrentou.” Foi nesse tom que o presidente da conferência da ONU, o ministro queniano do meio ambiente, Kivutha Kibwana, abriu a rodada de negociações. Harlan Watson, representante dos Estados Unidos no evento, disse que Bush não muda uma palha na atual política.

Se Al Gore fosse o presidente dos EUA e tivesse assinado o protocolo de Kyoto

O filme deixa uma pergunta pertinente no ar. O que seria do planeta se Al Gore fosse o presidente, e não Bush? Acho que todo mundo se lembra que Bush foi eleito por pouco, muito pouco, em meio a uma polêmica sobre quem realmente venceu as eleições.
Se Gore fosse o presidente, os EUA teriam assinado o protocolo de Kyoto e essa fatia gorda de responsabilidade pelo estrago – os 33% – desapareceria. Simples assim?

como o aquecimento global pode afetar a sua vida

A 15ª Conferência das Partes, da ONU, vai reunir os negociadores de cada país membro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, para a definição de um acordo global que controle as mudanças climáticas e garanta a sobrevivência desta e das gerações futuras. Tudo isso parece muito distante de sua vida diária? Pois saiba que as decisões tomadas em Copenhague podem afetar, e muito, o cotidiano de cada um de nós.
De 7 a 18 de dezembro, os 193 países membros da UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima estarão reunidos em Copenhague, capital da Dinamarca, para chegar a um acordo climático global com medidas que impeçam que a temperatura do planeta suba mais do que 2º C – em relação ao período pré-Revolução Industrial – até o final do século.
À primeira impressão, essas decisões parecem atingir apenas os governos e as grandes corporações, mas os impactos não param por aí. Quando questionados sobre que mudanças a COP-15 traria para a vida de cada um de nós, vários especialistas hesitavam em responder – pouca gente está pensando na esfera individual – mas, assim que começavam a falar, as conexões iam se tornando óbvias. O acordo climático global pode afetar diretamente o nosso estilo de vida, o modo como consumimos, a maneira como fazemos uso da energia e dos meios de transporte e, em última instância, a nossa própria sobrevivência.
“Copenhague é uma oportunidade de trazermos mais racionalidade para nossas vidas”, diz o economista Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e conselheiro do Planeta Sustentável. “Por meio de um acordo internacional, seremos obrigados a reduzir nossas emissões de gases de efeito estufa e, por isso, teremos que repensar o modo como organizamos os ciclos produtivos e o consumo domiciliar. Mas isso depende, em grande parte, da conscientização das populações, porque não é só por lei que as coisas se transformam”, alerta.
“Poucas pessoas fazem uma relação direta entre o alimento que colocam na mesa, por exemplo, e o aquecimento do planeta, mas, ela existe e cada um de nós vai ter que aprender a verificar sua pegada de carbono e a repensar seus hábitos de vida. Copenhague vai provocar essa discussão em larga escala”, defende Emília Queiroga, vice-presidente da ONG State of the World Forum.
A escritora, co-fundadora do Palas Athena e conselheira do Planeta Sustentável, Lia Diskin, diz que ainda estamos na busca de mecanismos que nos permitam dar continuidade ao estilo de vida que já temos, o que considera um grande equívoco. “Esse modo de vida é insustentável e, me atrevo a dizer, indecente! Eu me recuso a pertencer à parcela de vinte por cento da população que está consumindo oitenta por cento dos recursos do planeta”.
Para o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, que também é conselheiro do Planeta Sustentável, o impacto pós-Copenhague para nossas vidas será enorme. Ele acredita na taxação de atividades e produtos em função da quantidade de gases de efeito estufa emitidos. “A tendência é que todas as questões ligadas ao carbono sejam objeto de regulação, o que vai desde o lixo até o consumo de bens duráveis, incluindo suas cadeias de valor”.
Para atender às metas e compromissos de redução de emissões, vamos precisar de novas tecnologias que facilitem o uso de fontes renováveis de energia, aumentem a eficiência energética, tragam soluções para os meios de transporte que vão além dos combustíveis fósseis e até aproveitem melhor os recursos da floresta. “Com isso, aumentam os investimentos nessas áreas, inclusive com incentivos no setor de educação, o que possibilita a criação de novos profissionais nesses campos e gera oportunidades de inserção em novos mercados, como o de energias renováveis, que cresce entre 30% e 40% ao ano”, observa João Talochi, representante do Greenpeace.
É de se esperar que, daqui para frente, especialmente se as exigências do acordo de Copenhague forem rígidas, surjam novas profissões no mercado e a valorização de novos talentos que possibilitem a aceleração de uma economia de baixo carbono e pequeno impacto ambiental.
Tasso Azevedo, assessor especial do Ministério do Meio Ambiente para assuntos de floresta e clima, ainda afirma que o Brasil é um dos países que mais pode vislumbrar oportunidades no processo de redução de emissões. Entre elas está o desenvolvimento de energias limpas e tecnologias diferenciadas e a geração de novos empregos.
Agora, saiba como sua vida pode mudar, setor por setor, dependendo do que for decidido na COP-15. O que dá para adiantar é que, para que seja feita a redução de emissões de carbono, evidentemente, será preciso contar com a consciência individual e coletiva, mas não se iluda: as medidas vão mexer no bolso de muita gente.

Novos meios de transporte para reduzir emissões

Para diminuir a quantidade de carbono que lançamos na atmosfera, será preciso repensar a maneira como nos locomovemos e o tipo de combustível que utilizamos em nossos veículos. Esse será um dos focos de atenção dos países que estiverem preocupados em reduzir emissões após o acordo climático de Copenhague
Mais energia limpa, menos carbono
Taxação do petróleo e seus derivados, incentivos para o uso de fontes renováveis de energia e até para a geração de fontes antes desconhecidas, como o bagaço de cana e o lixo urbano, são assuntos que farão parte das discussões da 15ª Conferência das Partes, da ONU, em Copenhague, e que podem mudar o cenário energético do mundo
Produzir e comprar em função do carbono
Dependendo do que for acordado em Copenhague, as cadeias produtivas deverão reduzir suas emissões de carbono. Até porque, é bem possível que os produtos sejam taxados em função da quantidade de gases de efeito estufa que emitem. O consumidor será o responsável por fazer que isso realmente aconteça, por meio do seu poder de escolha
Dinheiro para quem não cortar árvores
O pagamento por serviços ambientais prestados é um dos mecanismos que podem ajudar a controlar o aquecimento global. O tema será amplamente debatido em Copenhague e muitos brasileiros podem ser beneficiados com a medida, não apenas com recursos financeiros, mas com a abertura para novos tipos de atividades econômicas na floresta
O dilema dos pobres na redução de emissões
Em países ricos e em desenvolvimento, há pessoas que vivem com menos de um dólar por dia e não têm condições de reduzir emissões e arcar com a conta do aquecimento global. A 15ª Conferência das Partes, da ONU, em Copenhague, no final do ano, também vai precisar discutir essa questão
Um novo ideal para as gerações atuais
Independente do que for decidido em Copenhague, serão os indivíduos os responsáveis pela construção de novos valores e hábitos de vida que podem garantir a sobrevivência humana no planeta por mais tempo, além de estilos de vida mentalmente mais saudáveis. As ONGs e a mídia terão um papel importante nessa transformação

gasses do efeito estufa

Os gases do efeito estufa (GEE) ou gases estufa são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infra-vermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam seu escape para o espaço. Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo a Terra aquecida. O efeito estufa é um fenómeno natural. Esse fenómeno acontece desde a formação da Terra e é necessário para a manutenção da vida no planeta, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33 °C mais baixa impossibilitando a vida no planeta,tal como conhecemos hoje. O aumento dos gases estufa na atmosfera têm potencializado esse fenómeno natural, causando um aumento da temperatura (fenómeno denominado mudança climática).
Concentração na atmosfera (ppm) dos cinco gases responsáveis por 97% do efeito estufa antropogênico (período 1976-2003).
A atmosfera é uma camada que envolve o planeta, constituída de vários gases. Os principais são o Nitrogênio (N2) e o Oxigênio (O2) que, juntos, compõem cerca de 99% da atmosfera. Alguns outros gases encontram-se presentes em pequenas quantidades, incluindo os conhecidos como gases de efeito estufa (GEE). Dentre estes gases, estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), Perfluorcarbonetos (PFC's ) e também o vapor de água.
Nos últimos 100 anos, devido a um progressivo incremento na concentração dos gases de efeito estufa, a temperatura global do planeta tem aumentado. Tal incremento tem sido provocado pelas atividades humanas que emitem esses gases. A potencialização do efeito estufa pode resultar em conseqüências sérias para a vida na Terra no futuro próximo.
Ecólogos sugerem que o aquecimento global deve alterar o clima a uma velocidade maior que a capacidade de adaptação dos organismos. O efeito pode ser devastador para a biodiversidade e ecossistemas do mundo inteiro (RICKLEFES, 1996; ROMANINI, 2003). Outros cientistas questionam essa hipótese e acreditam que as conseqüências do aumento de CO2 na atmosfera levaria a uma maior produção vegetal, particularmente nas regiões onde o clima e os nutrientes do solo não são fatores limitantes para a fotossíntese (RICKLEFS, 1996). Nesse contexto, a atenção dos cientistas tem sido direcionada às florestas tropicais, por serem possíveis sumidouros naturais de CO2. Dentre as florestas tropicais, a Floresta Amazônica destaca-se por ser a maior floresta tropical do mundo.
Entre os gases do efeito estufa que estão aumentando de concentração o (CO2), o CH4 e o N2O são os mais importantes. Os CFC's também têm a capacidade de reter a radiação infravermelha emitida pela Terra. Contudo, as ações para diminuir suas emissões estão num estágio bem mais avançado, quando comparado com as emissões dos outros gases.
Historicamente, os países industrializados têm sido responsáveis pela maior parte das emissões globais de gases de efeito estufa. Contudo, na atualidade, vários países em desenvolvimento, entre eles China, Índia e Brasil, também se encontram entre os grandes emissores. No entanto, numa base per capita, os países em desenvolvimento continuam tendo emissões consideravelmente mais baixas do que os países industrializados. Na fonte da emissão também pode se observar um padrão global. Enquanto a maior parte das emissões decorrentes da queima de combustíveis fósseis (75% das emissões globais de CO2) provém dos países industrializados, as emissões decorrentes das mudanças no uso da terra (25% das emissões globais de CO2) tem como seus maiores responsáveis os países em desenvolvimento.

quando começou o aquecimento global

Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra ocorrido desde meados do século XX e que deverá continuar no século XXI. Segundo o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (2007), a temperatura na superfície terrestre aumentou 0,74 ± 0,18 °C durante o século XX.[1]
A maior parte do aumento de temperatura observado desde meados do século XX foi causada por concentrações crescentes de gases do efeito estufa, como resultado de atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e a desflorestação.[2][3] O escurecimento global, uma consequência do aumento das concentrações de aerossois atmosféricos que bloqueiam parte da radiação solar antes que esta atinja a superfície da Terra, mascarou parcialmente os efeitos do aquecimento induzido pelos gases de efeito de estufa.
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100.[3] A variação dos valores reflete o uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. Apesar de a maioria dos estudos ter seu foco no período até o ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que as concentrações de gases estufa se estabilizem.[3]
Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar, mudanças em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas.[4] Espera-se que o aquecimento seja mais intenso no Ártico, e estaria associado ao recuo das geleiras, permafrost e gelo marinho. Outros efeitos prováveis incluem alterações na frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola. O aquecimento e as suas consequências variarão de região para região, apesar da natureza destas variações regionais ser incerta.[5] Outra ocorrência global concomitante[6][7] com o aquecimento global que já se verifica e que se prevê continuar no futuro, é a acidificação oceânica, que é também resultado do aumento contemporâneo da concentração de dióxido de carbono atmosférico.
O consenso científico é que o aquecimento global antropogênico está a acontecer.[8][9][10] Porém, o debate público e político sobre o aquecimento global continua. O Protocolo de Quioto visa a estabilização da concentração de gases de efeito estufa para evitar uma "interferência antropogénica perigosa.[11] Em Novembro de 2009 era 187 os estados que assinaram e ratificaram o protocolo

aquecimento global

Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido nos últimos anos.

A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos. 
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e  monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.   
aquecimento global - derretimento de gelo Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global.
Conseqüências do aquecimento global 
-         Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
-         Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
-         Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
-         Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças. 
Protocolo de Kyoto
Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.
Conferência de Bali 
Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
Conferência de Copenhague - COP-15
A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima foi realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009, na cidade de Copenhague (Dinamarca). A Conferência Climática reuniu os líderes de centenas de países do mundo, com o objetivo de tomarem medidas para evitar as mudanças climáticas e o aquecimento global. A conferência terminou com um sentimento geral de fracasso, pois poucas medidas práticas foram tomadas. Isto ocorreu, pois houve conflitos de interesses entre os países ricos, principalmente Estados Unidos e União Européia, e os que estão em processo de desenvolvimento (principalmente Brasil, Índia, China e África do Sul).  
De última hora, um documento, sem valor jurídico, foi elaborado visando à redução de gases do efeito estufa em até 80% até o ano de 2050. Houve também a intenção de liberação de até 100 bilhões de dólares para serem investidos em meio ambiente, até o ano de 2020. Os países também deverão fazer medições de gases do efeito estufa a cada dois anos, emitindo relatórios para a comunidade internacional.
 

em que cintistas se baseiam

cientista selecionan o que vão divulgar

o clima esta mudando

O clima está mudando?

Vários cientistas estão estudando a mudança do clima no planeta.

Se há uma pergunta que não sai da cabeça dos meteorologistas e cidadãos comuns atualmente, é: o que acontecerá com o clima do planeta no pró-ximo século? Haverá um supera-quecimento da Terra? Ou um des-tempero total, com calor no inverno e frio no verão? A seguir, alguns dos fatos que su--ge-rem o início dessas mudanças, e os dados básicos, cruciais para se entender o mundo do clima.

No começo do ano no Rio de Janeiro, quando o calor costuma ser sufocante, uma cena inusitada virou notícia na imprensa carioca. É que o dono do restaurante Vice Rey, na Barra da Tijuca, teve que tirar as teias de aranha da lareira, construída para acalentar uma eventual noite de inverno, e acendê-la pela primeira vez em 18 anos porque fazia frio na cidade. Moderados 17°C, é verdade, mas o fato chamou a atenção porque, afinal, era pleno verão no Rio. Ao mesmo tempo, em São Joaquim, Santa Catarina, termômetros instalados no solo marcavam abaixo de 0°C, na pior onda de frio fora de época desde 1971.
Destemperos desse tipo ocorreram em todo o mundo. A região de Medina, no interior da Arábia Saudita, onde os invernos são geralmente suaves, enfrentou inéditos graus negativos e neve, nos dois últimos anos. Nos Estados Unidos, caíram os recordes históricos de temperatura em nada menos que seis cidades. Há 119 anos Nova York não via a marca de -20°C, e a de Washington (-22°C) foi a menor desde o início do século. Outros recordes: Columbus, Pittsburgh e Louisville (-30°C) e Indianápolis (-33°C). Diante disso, é natural perguntar se o tempo não estaria ficando louco. Há mesmo quem pense que as instabilidades são o prenúncio de um novo mundo: a Terra do século XXI, cujo clima seria radicalmente diferente do de hoje.

A possibilidade de uma transição climática é assunto freqüente nos jornais e na televisão, mas muito pouco se sabe sobre ela. E seria prematuro afirmar que já estaria começando. Primeiro, porque não é claro se está sendo causada por problemas bem conhecidos: emissão de gases tóxicos pela indústria; desnudamento do solo após o corte das matas; a redução das próprias matas; o endurecimento do solo devido ao plantio; além de muitas outras práticas canhestras da civilização. Embora tudo isso seja perigoso para o planeta, não se sabe exatamente até que ponto pode alterar o regime climático. A verdade é que não se conhece bem os mecanismos do clima: é difícil determinar se uma temperatura mais alta é uma anomalia normal, ou se é indício de uma transformação geral. É o que previu, há pouco, um supercomputator Cray YMP8/864, do Centro Metereológico de Bracknell, em Londres. Com capacidade de análise um milhão de vezes maior que a humana, ele pintou um quadro apocalíptico para depois da virada do milênio. O superaquecimento do globo irá realmente acontecer, com secas no sul da Europa e centro dos Estados Unidos; deslocamento das chuvas para os pólos; as calotas polares, desprendendo-se e descongelando-se, elevarão o nível e a temperatura dos oceanos. Onde há frio e chuva, hoje, haverá calor e seca, ou vice-versa. Será? Talvez, diz o pesquisador Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, SP. Ele acredita que, hoje, os fenômenos apresentam mudanças mais bruscas que em passado recente. Saímos de calor intenso para frio rigoroso em pouquíssimo tempo. E oscilações súbitas são suspeitas, concorda Prakky Satyamurti, também do INPE. Embora não esteja confirmado que viveremos um novo modelo de clima, a possibilidade me assusta. Esses pesquisadores colocam bem o problema. Em resumo, é certo que, se houver transição, ela será precedida de oscilações no clima; também há sinais de atribulações nos fenômenos, atualmente; o problema é que não há garantia de que estas últimas sejam prenúncio de um novo regime no planeta. A cidade de São Paulo fornece um bom exemplo.
Há 50 anos, a cidade era bem mais fria. A temperatura média mínima do inverno, por exemplo, ficava perto de 9,7ºC. Mas ficou em 12,1ºC no ano passado, quando praticamente não houve frio. No dia 4 de julho, apesar de ser inverno, a capital alcançou 28,9ºC 1,8ºC a mais que no verão propriamente dito, em dezembro de 1993. E essa mudança não começou agora. Nos últimos dez anos constata-se um aumento de até 2°C na cidade. A alteração parece mínima, mas não é, ensina Neide Oliveira, do 7.º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em São Paulo. O aumento é maior que o da média da Terra, que desde 1942 subiu de 0.5ºC a 1ºC, conforme o World Climate Research Program, dos Estados Unidos. Apesar disso, não se pode dizer que a alteração em São Paulo tenha maior significado. Seria preciso observar as mudanças ao longo de muitos anos para se ter certeza, afirma o meteorologista Luís Cavalcanti, do INMET de Brasília.
O clima não muda em menos de 200 anos. A atmosfera é um corpo que se auto-regula, acrescenta Cavalcanti. Por isso ,quedas ou aumentos de temperatura em alguns lugares são normais. O panorama desenhado pelo supercomputador londrino é pura ficção científica. Embora calcado em um modelo matemático, o resultado não é confiável.
Nem todos os cientistas e meteorologistas pensam da mesma maneira. Na dúvida, é melhor ter cautela e, acima de tudo, disposição para estudar e conhecer melhor o clima.

Quem sabe um dia, quando vier a conhecer melhor a atmosfera, o homem possa manipular o clima, em vez de apenas falar sobre ele. Essa ironia do escritor americano Isaac Asimov não é inteiramente justa. Muito já se aprendeu e a muito custo sobre o sistema incrivelmente complexo que é o envelope de gases da Terra. O problema é que, para entender o que provoca secas devastadoras ou chuvas torrenciais, ainda é preciso saber muito mais.
A atmosfera além de invisível é feita de gases, ou seja, matéria que não se pode pegar com as mãos. Mas pesa 5 500 bilhões de toneladas e, embora 90% dela esteja abaixo de 10 quilômetros, se eleva, muito rarefeita, até 1 000 quilômetros de altitude. Trata-se de uma mistura principalmente de nitrogênio, que perfaz 78,1% do volume total, e oxigênio, com 20,95% do total. Há muitos outros componentes gasosos, como argônio, neônio, hélio, criptônio, xenônio e hidrogênio, assim como diversas partículas em suspensão, como fumaça, sal, pólens, areia e cinzas vulcânicas.
Com exceção do argônio (0,9%), suas quantidades são minúsculas. Quantidade, porém, não é tudo: o dióxido de carbono tem influência decisiva sobre a saúde do planeta é apontado como um dos principais responsáveis pelo efeito estufa que parece estar elevando a temperatura. No entanto, existe na proporção de apenas 0,03%. Ele é particularmente eficaz em reter calor (ou radiação infravermelha, mais precisamente) que o solo emite para o espaço após receber a energia da luz solar. O ozônio, por sua vez, é bom absorvedor de radiação ultravioleta, emitida pelo Sol em menor proporção que a luz, mas altamente energética e prejudicial à vida. Assim, apesar de haver bem pouco ozônio, ele confere uma proteção essencial (é difícil avaliar a concentração de ozônio: se a atmosfera fosse colocada num tubo de 8 quilômetros de comprimento, a camada de ozônio ocuparia 0,3 centímetros do tubo). Já o vapor de água tem papel decisivo nos fenômenos chuvosos. Com um detalhe curioso: sua quantidade na atmosfera não é fixa, pois quando há excesso, simplesmente chove. A chuva, de certo modo, é um meio de a atmosfera enxugar-se, livrando-se de água excedente.
Basicamente, a chuva está estreitamente ligada à temperatura e controlar esta última é uma das mais importantes missões do envelope gasoso da Terra. É que o envelope atua como um termostato, regulando o calor que a superfície terrestre recebe e emite. A troca de calor, por sua vez, provoca o movimento das massas de ar, que podem conter maior ou menor quantidade de vapor. Assim, elas determinam, em cada região, se vai ou não haver precipitações. As mudanças térmicas são uma constante ao longo dos quase 1 000 quilômetros de espessura da atmosfera. A temperatura sobe e desce, descrevendo uma linha em ziguezague a partir da camada mais próxima da superfície, a troposfera, onde certamente nascem todas as mudanças climáticas. De modo geral, a temperatura diminui 6,4 graus a cada quilômetro de altitude. Mas quando chega ao topo da troposfera, começa a aumentar com a altura. Isso ocorre na estratosfera, no alto da qual há nova inversão. Isto é, a temperatura passa a diminuir com a altura, indicando uma nova camada, a mesosfera. Chega a cerca de 100°C negativos apenas para elevar-se até os 500°C na termosfera. Esse zigue-zague depende da quantidade de radiação que cada camada gasosa absorve do Sol e remete à de baixo onde se-rá filtrada ou processada por gases como ozônio, dióxido de carbono e vapor de água.
É na troposfera que esse processo influencia o clima. Perto dos pólos, essa camada tem de 8 000 a 10 000 metros de espessura, contra 15 000 a 18 000 no equador. Contém mais de 75% do peso total do ar; quase toda a umidade; e a maior parte da poeira. Assim, toda essa massa se põe em movimento sob a ação do Sol. Quando ela se aquece, o ar fica um pouco mais rarefeito e se expande. Ele sobe até as camadas mais altas e geladas da troposfera e esfria à medida que ganha altura. É possível ler esse fato nos barômetros, que medem a pressão do ar: geralmente, onde o ar sobe a pressão na superfície diminui. É o que muitas vezes se observa logo antes de começar uma tempestade.
Essas diferenças térmicas favorecem o deslocamento das massas de ar, tanto no sentido vertical quanto horizontal. Há por isso um intercâmbio vital entre o equador e os pólos. Em suma, a máquina do clima é fruto de um complexo trabalho de equipe. O Sol produz o combustível a luz que coloca em marcha a engrenagem. Parte da energia chega ao solo e volta para a atmosfera, que atua como um laboratório para os fenômenos atmosféricos.
Nem sempre a combinação é tranqüila. O tempo, às vezes, se torna violento, a ponto de fazer pensar que Deus está de mal com o mundo. A expressão maior do suposto mau humor divino, dizem os índios do Caribe, é o furacão Hunrakén, o deus das tormentas. De fato, os furacões são comuns nas proximidades do equador, como é o caso do Caribe. No verão e no outono, massas quentes, repletas de vapor, elevam-se sobre os ocea-nos e liberam calor. O ar gira em espiral para formar um anel de nuvens altas. Afinal, o va-por tende a voltar ao estado líquido e se condensa. Isto é, forma blocos que são as gotas e já não pode manter-se no ar. A chuva, então, despenca numa torrente chamada furacão.
O centro do torvelinho chama-se olho, com um di-â-metro de 6 a 40 quilô-metros. Aí, a pressão é baixa, o vento suave, o ar quente e úmido. Fora, o ciclone arrasa tudo. Gerado sobre o oceano, o furacão morre quando avança para o continente e sai dos trópicos. Ao lado de fenômenos como tormentas ou tornados, ele revela, de modo simples e impressionante, porque é tão difícil manipular essa máquina vasta e complexa a que se deu o nome de clima.


O Sol é mais uma estrela entre os milhões que queimam na Galáxia. Mas, como está comparativamente próxima, tem 1 390 473 quilômetros de diâmetro e temperatura acima de 6 000°C, na superfície, serve de motor para os movimentos que animam a face dos planetas à sua volta. Durante séculos, boa parte das relações entre a Terra e o Sol não era bem compreendida. Não foi fácil, por exemplo, explicar as estações, causadas por uma inclinação de 23,5 graus do globo terrestre (ele às vezes expõe ao Sol o Hemisfério Norte, outras vezes o Hemisfério Sul). Não se suspeitava disso até o século XVI, quando Copérnico formulou a teoria de que a Terra gira ao redor do Sol, e não o contrário. Vê-se, por aí, como foi longo o caminho para se compreender por que e como o Sol influencia o clima. Embora muito perto, comparado a outras estrelas, o Sol está muito longe da Terra 150 milhões de quilômetros para os padrões humanos. Além disso, devido a essa mesma distância, a Terra capta ínfima parcela de toda a energia que os astro-rei espalha em todas as direções: 2 milésimos de 1 milionésimo do total. O que vale é que isso basta para manter a casca terrestre a uma temperatura média de 14 graus. Mais ainda: se retivesse toda a energia recebida, o planeta torraria e os organismos vivos desapareceriam. Por isso, a natureza também providenciou um mecanismo para manter o necessário equilíbrio: parte dos raios solares, quando incidem na atmosfera, são refletidos para o espaço, como se batessem num espelho. Uma terça parte da energia solar, dessa forma, nunca chega a penetrar no ar. Dos dois terços restantes (cerca de 67%), parte fica retida nas diferentes camadas atmosféricas; de modo que somente 45% chegam à superfície.
Dito isto, é importante perceber que a energia sempre faz uma viagem de ida e volta: depois que chega ao planeta, este volta a irradiá-la para o espaço, em quantidade exatamente igual à que recebera. É porque devolve energia que a Terra não se aquece demais. A única diferença é que a energia caminha na forma de luz, entre o Sol e a Terra, e na forma de radiação infravermelha, da Terra para o espaço vazio (apenas a energia refletida, como num espelho, preserva a forma de luz). Isso é fundamental, pois o ar deixa entrar a luz mas tende a reter o infravermelho, contribuindo para esquentar certa região. O ar sobre os pólos, por exemplo, tem pouco vapor de água, que é bom absorvedor de infravermelho. Assim, a energia, ao ser irradiada, não encontra obstáculo: perde-se no espaço e não ajuda a elevar a temperatura.
Nas zonas equatoriais ocorre o contrário: como contêm dez vezes mais vapor que os pólos, armazenam melhor o calor. O ajuste dessa defasagem térmica é feito pela circulação geral atmosférica: as massas de ar deslocando-se de um ponto para outro transportam calor junto com elas. E esse intercâmbio se dá entre o ar quente das latitudes tropicais e o ar frio das latitudes polares.
Em princípio, para restaurar o equilíbrio, bastaria que o ar quente dos trópicos fluísse verticalmente até os pólos. Os trópicos perderiam calor que o ar deixaria nos pólos, voltando frio ao ponto de partida. Essa proposta de circulação foi realmente feita, em 1735, pelo cientista inglês George Hadley (1685-1768). Mas provou ser inviável porque a Terra não está imóvel, ela gira. E a rotação, devido a um complicado componente da gravidade chamada força de Coriolis entorta os ventos, por assim dizer. Sempre que o ar tende a correr de norte para sul, por exemplo, é obrigado a dobrar na direção leste-oeste. Por isso, não há caminho direto do equador para o pólo ou vice-versa. No caso dos ventos de direção norte-sul, as trajetórias são elípticas ou concêntricas. As primeiras ocorrem nas zonas de alta pressão, ou anticiclones. As segundas ocorrem nas zonas de baixa pressão, chamadas ciclones.
O encontro entre massas de ar dos pólos e do equador é que gera frentes frias ou quentes. Dependendo de como se formam, as massas de ar são úmidas ou secas: sobre os oceanos, são úmidas; sobre os continentes, secas. Os ventos alísios, por exemplo, sopram dos trópicos para o equador, convergindo para a franja equatorial. Assim, provocam a chamada zona de convergência intertropical, uma das áreas mais chuvosas do planeta. De fato, nela se encontram as matas equato-riais e florestas chuvosas, seja na Ásia ou na América do Sul.
Numa situação inversa, nos continentes em que há pouca penetração de vento marítimo equatorial, pode haver forte carência de água. No deserto tropical, chega-se a um limite: menos de 100 milímetros anuais, comparados aos 1 500 a 2 000 milímetros de chuva carregados pelos ventos alísios. Esse sistema de circulação geral é vital para a saúde do planeta, pois influi decisivamente sobre a vida dos organismos e dos ecossistemas, que, por tabela, volta a a mexer com animais e plantas.


A maior parte da umidade da Terra, como não podia deixar de ser, encontra-se nos oceanos: eles ocupam 70,8% da superfície e respondem por 84% da água atmosférica. Os raios solares evaporam água oceânica, assim como dos mares, rios e lagos. Por ser mais leve que o ar, o vapor vai para as camadas altas da atmosfera, mas só permanece no céu enquanto houver calor. A capacidade da atmosfera não é ilimitada: se ela concentra vapor em demasia, ocorre saturação, que se traduz em ar carregado de chuva em potencial.
Pode-se avaliar o grau de umidade em números. Basta dividir a quantidade de vapor contida em certo volume de ar pelo máximo valor admissível. A regra é: quanto maior a temperatura, mais vapor pode haver. O resultado é uma porcentagem que mede a umidade relativa do ar: em Brasília, no inverno, che--ga-se a um limite 12% em que o corpo hu-mano começa a ser prejudicado pela falta de umidade. O inverso ocorre quando o ar está saturado, com 100% de umidade. O ar, então, fica à beira de uma mudança em grande escala, pois é incapaz de admitir mais vapor. Imagine-se que, por algum motivo, haja uma pequena redução na temperatura: como a umidade já estava no máximo, parte do vapor é forçada a passar para o estado líquido, em minúsculas partículas cujo diâmetro não supera 3 centésimos de milímetro. Agrupadas em nuvens, elas constituem a chuva.
Pluviômetro é o aparelho que mede a quantidade de chuva curiosamente, em milímetros (mm), uma unidade de comprimento. Mas quando se diz que choveu 0,5 mm, significa que esta é a profundidade de água que cobria todo o solo na região da precipitação. Considera-se chuva leve se caiu 0,5 mm em 24 horas; e forte, se a queda foi maior que 4 mm. Quando a chuva se deve ao ar frio procedente dos pólos, se diz que a chu-- va procede de uma frente fria. Mas a precipitação também pode ser causada por um processo oposto: quando é uma frente quente e úmida que atropela massas de ar em região fria.
Há ainda chuvas produzidas por propagação. É que as massas de ar quente sempre sobem e esfriam à medida que sobem. Assim, o vapor de água contido no ar esfria e se precipita. É fácil identificar esse tipo de chuva, pois decorre de nuvens brancas, densas e algodoadas, chamadas cúmulos. Quando há muita umidade, o branco torna-se cinza-escuro e a nuvem ganha o nome cúmulo-nimbo, que verte sua carga de forma particularmente intensa, acompanhada de tormenta, raios e granizo. Em outras ocasiões, as chuvas são ditas de convergência porque as massas de ar sobem com ajuda de ventos, os alísios. Estas chuvas também geram pancadas fortes, próprias das zonas equatoriais.
Enfim, há precipitações causadas por montanhas no caminho das massas de ar. Para atravessar o obstáculo, o ar tem que subir, o que resfria o vapor quando chega do outro lado da montanha, a nuvem está completamente vazia. A se--ca é um problema bem diferente: ao contrário da chuva, ela se dá pela descida de ar para a superfície. Isso impede a formação habitual de nuvens, situação que ocorre nos anticiclones. Entre os fatores que influenciam o início desse fenômeno devastador encontra-se a ausência de ventos úmidos, a oscilação dos níveis de radiação solar ou distância muito grande de uma região aos oceanos.

Para saber mais:
O fim da natureza
(SUPER número 2, ano 4)
Redomas de calor
(SUPER número 4, ano 6)
Secou porque não ventou
(SUPER número11, ano 8)
O que a ciência sabe
(e o que a ciência não sabe)
(SUPER número 6, ano 9)
Será que vai chover ?
(SUPER número 3, ano 11)


Vestígios de uma seca do passado

Acredita-se que uma erupção vulcânica e 300 anos de seca tenham levado ao declínio do império mesopotâmico, há cerca de 3 500 anos. A tese é do arqueólogo americano Harvey Weiss, da Universidade Yale, e da geóloga francesa Marie-Agnes Courty, cujo traba-lho foi publicado recentemente pela revista americana Science. A erupção, comprovada pela geóloga, fez cair a temperatura. Ao mesmo tempo, diz Weiss, uma mudança climática diminuiu o nível de chuvas e trouxe a seca. Embora ainda seja fértil, a região tem hoje várias áreas desertificadas.


Microclimas

Em um bosque frondoso, a copa das árvores acumula a maior parte da radiação solar, o que significa que o chão, permanecendo quase todo o dia na penumbra, é bem mais fresco. Assim se define um microclima ou seja, um local restrito, ou isolado da região em torno. Assim, a temperatura na região de um bosque, no verão, pode ser 5°C mais alta que a do próprio bosque. As metrópoles são outro tipo de microclima nesse caso porque geralmente estão cobertas por massas de ar quente, situadas a cerca de 120 metros de altura, criadas pela poluição. O resultado é a criação de ilhas de calor: assim, a temperatura no centro de uma cidade, por exemplo, pode estar 6°C acima da de bairros distantes, ou mais arborizados, e da zona rural.

Tempo quente

A cada onze anos, o Sol muda de cara: em um período, não apresenta nenhum traço especial e em outro, aparece salpicado de manchas escuras. Quando elas ocorrem, o Sol mostra maior atividade e radiação. O desaparecimento das manchas causa diminuição da temperatura global em até 2 graus. O Pequeno Período Glacial entre 1450 e 1850 coincidiu com a escassa presença de manchas solares. O ciclo de onze anos de duração das manchas foi estabelecido pelos registros feitos entre 1750 e 1980. Na Antigüidade, os astrônomos chineses e gregos sabiam da existência dessas manchas escuras.


Tornados, tomentas e furacões

Os tornados têm diâmetro entre 50 e 500 metros, e velocidade supe-rior a 75 metros por segundo. Nos Estados Unidos, são a tempestade atmosférica mais temida. Aparecem onde há diferenças extremas entre a direção das massas de ar frio e quente. As tormentas têm outra origem. Nascem no encontro de ar quente das camadas baixas da atmosfera e o ar frio das camadas mais altas. Cristais de gelo são jogados para cima e para baixo, literalmente criando eletricidade no céu: eles colidem contra gotas de água e provocam troca de elétrons em suas moléculas. As partículas eletrizadas desse modo acabam descarregando a tremenda energia acumulada na forma de relâmpagos. As descargas elétrica viajam do céu para o solo ou vice-versa, e têm até 100 milhões de volts. Furacões, enfim, nascem do ar quente sobre o mar, sobem espirais para o céu e são enormes.


A cara das nuvens muda com a altura

Os nimbos-estratos são densos, cinzentos e chuvosos, e ficam a 1 quilômetro de altura. Depois vêm os estratos, 1 000 metros acima, que produzem chuvas e neve. O cúmulo-nimbo (3 quilômetros) e o nimbo (5 quilômetros) são nuvens verticais densas, que lembram couves-flores. O primeiro é escuro, e o segundo, claro. Entre 6 e 8 quilômetros se formam os estratos-cúmulos e altos-cúmulos, de distribuição irregular e com ondulações. Entre 9 e 12 quilômetros estão, em or-dem de altura, os altos-estratos, cirros-cúmulos, cirros-estratos e cirros.


Os muitos caminhos do ar
Entenda a escala de ventos (em quilômetros por hora), criada pelo almirante irlandês Francis Beaufort, em 1805:


Muito fraco: 1 a 5
Fraco: 6 a 11
Suave: 12 a 19
Brisa leve: 20 a 28
Brisa forte: 29 a 38
Rajada: 39 a 49
Vendaval: 50 a 61
Vendaval forte: 62 a 74
Temporal: 75 a 88
Tempestade: 89 a 102
Tempestade violenta: 103 a 117
Furacão: a partir de 117

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